sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Desabafo, parte II

Praticamente, isto é apenas outro texto meloso e idiota para constatar algum amor de fã. Não apenas para dizer o quanto dói, ou o quanto é bom. Mas para dizer o quanto é extremamente decepcionante.
Como o próprio Platão já disse, que o amor é algo puro, desporvido de paixões, e que no entanto ele é cego, falso, efêmero. Eu como admiradora de algo, ou de alguém, para ser mais realista o possível, tenho que dizer o quanto isso dói. O quanto isto é completamente perturbante. Você se sente tão perto de alguém, sabendo de tudo dela, dos gostos, das idéias e até dos pensamentos... Como você também se sente longe, do outro lado do oceano, sem toques, olhares ou tudo o que você sempre desejou.
Se este texto tem algum propósito, eu não sei, mas desbafar é o que mais me facilita quando penso dessa forma.
Poder tentar expressar, com poucar palavras, o quanto alguém é importante, o quanto alguém te faz bem, o quanto alguém domina seus sonhos e até suas fantasias.
Palavras nunca conseguiriam demonstrar o que eu sinto por você, mas mesmo fracas, elas já falam uma porcentagem do amor. Que não é mais algo tão raro esses dias. Falar 'eu te amo', já virou o mesmo do que perguntar as horas.
E apenas quando você sente, que seu mundo poderia desabar, por uma pessoa só, você vê o quanto apaixonada você está.
Se eu me sinto rídicula escrevendo isso? Me sinto.
Mas quem disse que o amor não era para ser assim?

Discurso de Formatura - 2008

Boa noite alunos, boa noite pais de alunos, boa noite professores de alunos, boa noite parentes de alunos, boa noite amigos dos pais de alunos, boa noite amigos de alunos, boa noite Magda. É assim, com simplicidade e clareza que vamos a partir de agora falar com vocês, de peito aberto, ouvidos atentos, com o coração quente e a mente cheia de planos, Muito prazer, Discurso.
É, estamos aqui, finalmente chegou a noite de formatura! Depois de um ano caótico vendendo bolo, rifa, fazendo reuniões segundas à noite, decidindo, escolhendo, brigando... A hora chegou... e a hora é agora...é difícil acreditar.
Alguns de nós estão aqui desde a primeira série, mas como neste momento encerramos o ciclo da quinta série ao nono ano é deste período que falaremos.
Quando chegamos na quinta série, tínhamos acabado de sair como os grandões do pedaço e viramos os pirralhos. Mas em compensação ganhamos o chão verde, os armários e pilares amarelos, as paredes vermelhas e um professor para cada matéria, porém nada superava o grande choque da junção entre manhã e tarde. De repente nossos colegas de classe desde a primeira série estavam na outra sala. E o pessoal da manhã era tão chato! E o da tarde tão metido! Mas superamos as desavenças e assim começaram planos incríveis para invadir o auditório. Além disso, foi nesse ano que tivemos nosso primeiro estudo do meio que se contrastava com as tardes de brincadeira que tínhamos no rep lago. Lembramos de algumas cenas um pouco chocantes de filmes vistos neste ano que apesar de tentarem ser censuradas pela Márcia, não foram bem sucedidas, como por exemplo o filme “A guerra do fogo” e um ano depois “O nome da Rosa”.
Finalmente a sexta série, sinal de que não ficaríamos na quinta série para o resto de nossas vidas e que sobrevivemos a ela. O que mais marcou foram os bar-mitsvá intercalados pelas festinhas do Matheus. Ganhamos uma nova professora de ciências, e com ela as aulas de educação sexual, para o nosso pânico.
O pior de tudo é que não podíamos rir com as histórias... Diferentes da Elaine e da Sandrinha para as meninas e do Paulo para os meninos. Na sexta série tivemos o segundo estudo do meio com experiências selvagens como o mangue, a balsa na chuva, a caminhada na floresta escura, e é claro o traumático: BO-BO-BO-BOM DIA, AQUI QUEM FALA É O AMIGO QUÍRON! Que lembraríamos nos dois próximos estudos do meio, todas as manhãs.
Esse ano tivemos algumas outras novidades, a disciplina de projetos, em que aprendemos a pesquisar, escrever textos em grupo, justificar, introduzir, concluir, bibliografar (ah... bibliografar) e apresentar. Por último, mas não menos importante, com o avanço tecnológico oswaldiano, uma nova aquisição: o Peteleco, que divertiu os recreios da garotada.
Enfim a sétima série, estávamos grandes, e agora tínhamos que subir um lance de escadas para ter aula! Muitas mudanças nesse ano: vários grupinhos se formaram. Começamos a ter aula com as famosas Magda e Elzitcha, mas nada superou a viagem para Minas! Cinco dias com os amigos, muito doce de leite, sol, musiquinhas no ônibus (trecho da música do Nicholas, João e Mário), e claro, todos voltando roucos para casa por causa dos clássicos jogos de truco (TRUCO, 6, 9, 12, ZAP NA TESTA).
Quem não lembra da mais nova cantada do Akira deste ano: “Vai um leite condensado?”, coincidentemente um dia depois de assistirmos o filme “Machuca” em sala.
A sétima série foi o último ano de muitos professores, foi um choque saber que duas das nossas professoras favoritas sairiam no meio de nosso percurso inesperadamente. Por favor, uma salva de palmas para as queridas Lúcia e Elzitcha. Além disso, perdemos alguns professores que já sabíamos que não iam mais nos acompanhar: Os de inglês, da Seven e a Suzete (Música tema da professora).
Acabamos o ano tristes por ele ter passado tão rápido depois de tantas mudanças, mas felizes por que o próximo ano seria o último do ginásio.
Finalmente, a oitava série, quer dizer, nono ano, foi por causa dessa mudança que perdemos a compatibilidade entre ano e série (2005 quinta série, 2006, sexta série, 2007, sétima série, 2008, nono ano). Como se não bastasse a mudança de nomenclatura o nome da escola também mudou, para apenas: Oswald de Andrade, mudanças...mudanças...As classes também mudaram completamente e no início todos tinham odiado. Foi com a convivência que aprendemos a nos amar e criamos muitas novas amizades nesse último ano. Ganhamos novos colegas, entre eles o Jorginho, que trouxe diretamente de São Carlos a epidemia de catapora que atingiu uma parcela considerável da população nonoanista.
Nesse ano, um grande evento, a visita da escritora Zlata à nossa humilde escola.Ela realmente existe, e é loira (para a alegria dos meninos).
Também ganhamos novas professoras: Márcia, o retorno, Luci e suas orações subordinadas e coordenadas (que todo mundo decorou), Paula e os americanos e suas explicações interativas: “Esse lado da platéia é uma empresa capitalista e esse lado são artesãos que vão trabalhar na empresa de sapatos da outra metade” e assim por diante, Lauren e seus conselhos amorosos e sua paixão por literatura, Laura e sua arrumação da sala e a Letícia que substituiu a Bete e pegou a classe no meio do ano. Todos esses professores mais os antigos que já tínhamos: Magda e o “ema, ema, ema...”, Vânia, que sem ela seríamos um conjunto de solução vazio, Serginho e seu humor ácido, Geórgia e a exploração do espaço e João e os mestres da capoeira. De todas as lições que teríamos que fazer durante o ano nenhuma marcou mais que as típicas lições da Vânia que acabaram com as folhas de monobloco de todo mundo, por causa do tradicional: ENTREGAR (VÍRGULA) EM FOLHA DE MONOBLOCO (VÍRGULA) OS EXERCÍCIOS DA PÁGINA 23 RESOLVIDOS PASSO A PASSO.
Neste ano, outra novidade: Poderíamos escolher o que faríamos na matéria de artes no ano inteiro, destes cursos surgiram projetos muito legais no fim do ano: A peça “O bem amado” com o Eric, a apresentação de música com a Letícia e a tradicional parede grafitada com o Paulo Afonso.
O ano seguiu bem, para os alunos. Nós sempre nos comportando, fazendo as lições, prestando atenção nas aulas e causando muito. Ninguém jamais vai se esquecer da dramática migração do Messas, nativo do nono A, para o nono B, que desesperou a Luci, a Ló e a Márcia, mas que divertiu todo o resto. Também teve o dia em que acabou a luz, que nos fez sair mais cedo, não sem antes nos pregar um susto quando ela resolveu voltar justo no momento em que estávamos pisando para fora da sala, mas tudo correu bem, ou seja, fomos liberados. E do sumiço do controle que ainda paira sobre o nono B.
Para os habitantes do nono B, o ano foi marcado pelo famoso Hospício nono B e pelo mural gay (que apareceu misteriosamente branco numa das manhãs mais tristes do ano). Já para os habitantes do nono A. (NÓS SOMOS TIGRES).
Tudo bem que as matérias que aprendemos ao longo do ano eram super interessantes, mas quem nunca precisou dar aquela escapadinha para o ambulatório para tomar o chá da Ló? Afinal quando você está com dor de cabeça você toma o chá da Ló, quando você machuca o dedo do pé você toma chá da Ló e, quando por desventura, você se queima com o chá da Ló...você toma chá da Ló.
O final do ano foi chegando e foi caindo a ficha de que estávamos quase no colegial e que, mais cedo ou mais tarde teríamos de nos despedir. Mas, antes disso passamos pela deliciosa última semana, vulgo semana dos filmes. Queridos professores, nós sabemos que vocês queriam dar aula livre para nós, e que os filmes foram só uma desculpa para não nos liberar.
Falando em última semana, esse foi apenas mais um último para nossa lista de últimos que vinha aumentando desde o começo do ano: o último primeiro dia de aula, as últimas férias de julho, o último estudo do meio (E que estudo do meio), a última aula de tal professor, a última lição de casa, e por fim o último dia de aula juntos. Um mix de emoções. É, as férias estavam chegando, mas desta vez não acompanhavam a mesma felicidade dos anos anteriores, afinal era um momento de despedida: despedida do ensino fundamental, da escola, dos professores e dos amigos que iriam sair.
Mesmo sabendo que irá ser tudo diferente, não tem como esquecer do Akira e sua pochete, da Alix e suas boybands, da Amarílis e suas hello kittys, da Anita e a Amélie, do Ariehl e seus ”AH, EU SOU FEIO, NINGUÉM GOSTA DE MIM”, do Leone reclamando de tudo, da Camilla e suas viagens inesperadas, da Cecília e seu fascínio pela gramática, da Clara e seu perfeccionismo, do Dééni com seu nome mais falado no ano, da Débora, e é claro, o Mauro, que já são um só, do Diego e o Santos, do Felipe Cecchini e suas expulsões corriqueiras das aulas, do Japa que sempre está com sono, do Fernando e seu óculos da inteligência, da Flávia Dip e a aeróbica, da Flávia O. ... ops, Flávia Deep, do Chico e seus cachinhos, do Batata e suas vozes, da Giovana e os animes, da Iara, a fera do tecido, da Bel e suas mudanças de visual, da Isadora e suas batatas, do João e o bem-bem, do João Pedro, importado dos States, do Jorginho e suas éguas, da Juliana e o “sol, praia, balada, barraco, e MUITA, MUITA curtição”, do Perronão e suas 1000 camisas de futebol, da Lílian e suas paixões platônicas, da Lina e seus desenhos perfeitos, da Lívia e sua risada escandalosa (Lívia por favor ria para nós!),!), da Luciana, a gênia da matemática, da Lelê, que causa nas aulas, da Luíza e New York, da Manu e sua desorganização, da Mariana e... que?, da Marília e seus abraços, da Marina e seu umbigo, do Mário e seu pagode, da Marion e seu “zueeera”, do Matheus e as calças justas e femininas, do Matias e seus tsurus, da Natália e seus brotos, do Nicholas e sua sede por fama, do Otávio e o Rock’n’roll, do Dávila e sua massa, do Messas e sua alergia a banana, do Pedro Sekine e suas biribinhas, do Rony e sua falta de protetor, do Stefano e seus sumiços repentinos, do Theo e o basquete, do Vitinho, Vitinho Gatinho e do Yuri que deixou de ser “autista” graças a nós!
Como vocês podem ver, todos nós temos nossas características e defeitos e, juntos formamos um grupo que também tem suas características boas e ruins, mas sem qualquer um de nós não seria o mesmo, e assim não teria feito desses anos tão especiais.
Estar no Oswald foi uma escolha. Isso significa que todos nós vimos no Oswald algo que gostamos e que nos fez escolher estar aqui.
Vemos nossa escola como um lugar de trabalho, como um ambiente bom, no qual aprendemos os diversos conteúdos. Aprendemos aqui a fórmula de bhaskara, aprendemos que tudo depende de um referencial e que os autores pensam em muitas coisas antes de escrever uma obra. Aprendemos o que é a DIT e por que o King Arthur é um herói. Mas, mais que isso, também aprendemos os princípios da convivência em grupo, as importâncias e os deveres de cada um, individualmente, fazendo parte de um grupo. Aqui, tivemos exemplos de dedicação e paciência dos professores, de superação e aprendizado com os nossos colegas, de organização e mais uma vez, muita dedicação vindas da direção e da coordenação. Nos formamos aqui, hoje, sabendo muito mais do que esperávamos saber. Nos formamos aqui, hoje, como alunos, mas também como pessoas. E todos esses aprendizados foram fundamentais para o crescimento de cada um de nós.
Por isso, antes de terminar, gostaríamos de agradecer àqueles que fizeram de todos esses anos, uma fase tão fundamental de nossas vidas.
À toda equipe de professores, funcionários e coordenação, obrigado. Quando pensamos em vocês, uma palavra vêm à mente: dedicação. Agradecemos por todo o esforço, paciência, e desejo de nos ensinar presentes ao longo do ano.
Agradecemos pelas horas de trabalho pensando em nós e nas horas de trabalho conosco. Agradecemos também pela relação de respeito e até de amizade que formamos com vocês e que valorizamos muito. Reconhecemos que sem vocês, esses anos não teriam sido como foram.
À comissão de pais e alunos da formatura, obrigado. Agradecemos todo o empenho para que tudo isso acontecesse. Agradecemos por todas as segundas à noite doadas para que tivéssemos todas essas celebrações, e também agradecemos por todas as horas planejando, pensando e discutindo. Agradecemos por todos os bolos feitos, pelas rifas compradas e por todo o trabalho nas ocasiões especiais. Sabemos que sem vocês, a viagem inesquecível e a festa à qual estamos destinados não seriam realidade, e por isso, mais uma vez, agradecemos.
Finalmente, à todos os nossos colegas dos nonos anos de 2008, valeu. O que seria de nós sem todos os sorrisos de manhã, tá bom, sem todas as carinhas de sono de manhã, sem todo o companheirismo ao longo dos anos. Vocês também nos ensinaram muito. Nos Ensinaram o valor da amizade, e isso não é pouco. Encontramos aqui, um grupo com uma relação de amizade tão intensa que é raro encontrar igual. E é com orgulho que dizemos: somos um grupo. Um grupo que possui grupinhos, mas que com o menor sinal de aviso se tornou o nosso grupo, os nonos anos de 2008. E agradecemos, pois sabemos que essa relação só se tornou assim por todos os dias de convivência na escola.
Mais uma vez, agradecemos à todos aqueles que fizeram esses anos acontecerem. Obrigado!
Só uma última coisa que não poderíamos esquecer: PERDI!