segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Belated Promise Ring

Sunday morning, my Rebecca sleeping in with me again, there's a kid outside the church kicking a can. When the cedar branches twist she turns her collar to the wind, the weather can close the world within its hand.

Iron & Wine

domingo, 22 de novembro de 2009

Right, wrong, what to do?




Meu "eu" está vazio. Completamente limpo, esperando por sujeira. Mas, quem está aqui para sujá-lo?
Não há ninguém.

Fact.

"Por que as pessoas só reclamam de amor? Minhas dores são muito mais sombrias e mórbidas. Melhor sofrer por amor, do que sofrer por viver."

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Será?


Ainda não encontrei a felicidade, mas talvez eu esteja no caminho certo.

Hero.


Power to the people,
We don't want it, we want pleasure,
And the TVs tried to rape us,
And I guess that they're succeeding,
And we're going to these meetings,
But we're not doing any meeting,
An we're trying to be faithful but we're,
Cheating, cheating, cheating... I'm the hero of the story, don't need to be saved.



There's a light that never goes out!


This is a story of boy meets girl, but you should know upfront, this is not a love story.

Tourist.

Feel like a tourist out in the country
Once this whole world was all countryside
Feel like a tourist in the big city
soon I will simply evaporate.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

That's me.

Dream.


The dream was always running ahead of me. To catch up, to live for a moment in unison with it, that was the miracle.

domingo, 30 de agosto de 2009

Proposta = Cena A

A luz do Sol entrava como ângulos abertos, rompendo uma janela no fim da tarde, uma moça de cabelos negros, pele branca e lábios de um tom vermelho escuro estava deitada no sofá surrado daquela pequena moradia britânica.
Observava a rua um pouco movimentada de Kensington com os olhos pesados, e a água salgada seca sobre a boca.
Ouviu a porta da frente se abrir, deixando uma brisa fria invadir a sala e aquele cheiro clássico de perfume masculino a entorpecer, como sempre.
- Cheguei - A voz rouca e um tanto divertida se aproximou.
- Estou na sala - Assustada pelo efeito que aquela voz ainda causava em seu coração, ela limpou rapidamente os vestígios de lágrimas com a palma da mão e se ajeitou no sofá.
Os passos, que se aproximavam cada vez mais rápido, pararam perto da porta que dividia a sala com a entrada principal da casa.
- Você está bem, Sam?
Ela levantou os olhos esverdeados para a porta e o viu parado, com os cabelos cacheados, a expressão de preocupação e as roupas completamente excêntricas. Só de olhar para seus olhos profundos, a cena que estava fixada em sua mente todo o dia e noite e que a enlouquecia pouco a pouco, apareceu naquele momento.
O cabelo ruivo de uma amante, selvagem, traiçoeira, promissor e o homem que a fazia se sentir uma mulher completa, juntos, como um ser único.
Memórias passadas, mas que não a deixavam viver em paz nem um segundo sequer.
- Estou - Ela tentou sorrir, mesmo sabendo que estava quebrada por dentro.
- Está tarde, vamos para a cama.
Ele se sentou ao lado de Sam, colocando uma mecha de cabelos negros que caia na face dela para trás da orelha e calmamente juntou seus lábios carnudos com os lábios finos dela. Ela, tentou sugar e sentir pela última vez o efeito que aqueles beijos tinham sobre ela.
- Quero ficar aqui - Sam respirou fundo e deitou sua cabeça no colo do rapaz.
- Certo - Ele bocejou, estava cansado do dia cheio de trabalho que teve no escritório de advocacia e precisava de uma bela noite de sono.
- Nick? - Ela não tardou a chamá-lo, se cansando de observar a tela preta da televisão, mas não obteve respostas.
Era uma mulher deitada no sofá, cabelos molhados, segurando a mão de um homem que nunca voltaria a ver.
Levantou com o corpo mole e se dirigiu para o quarto escuro e sem vida, e observou a mala cinza, um pouco avermelhada que estava ao lado da cama.

Effy


“Everybody dances to their own boom boom. I can pick stuff up with my toes. Like, not just socks and crap like that but big things. Ketchup bottles, ashtrays, iPods. It’s a less useful skill than you think. I’m distantly related to a seventeenth century French aristocrat called Cecile DeLacroix, she was beheaded during the French revolution. Her eyes carried on blinking for fourteen seconds after her head was severed from her neck.”

Cass, Sid

"Cassie, I’m shit with words. Everything comes out so.. crap. But, I’ve been doing some thinking, and everything is getting clearer. The thing is, Cass, I’ve woken up this morning and the sun’s shining through the window and it’s making me think of you. Cassie, it’s not right you hiding away in that clinic. You’ve got to get out in the world. Cassie, I don’t care if you think you’re odd. Because I feel like singing when I see you. And you’re beautiful. And I’ve been a fucking chapstick these past few weeks, and all I want to do this morning is sit on top of Brandon hill and hold you and tell you how wonderful you are, and.. I love you."

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Fear, I believe



Is the real reason for nausea.
Indifference is my enemy.

Imfreelykeely said.

The day before, you told me "the eyes are the key to the soul"

But stranger...
My eyes,
are gone.

"And as much as it hurt, it was you,


and so, as my eyes met yours,
all the pain was gone,
and there was only you."

Hate.

Ciúmes musical, perder algo, escola, raves, pessoas, sol, não estar na inglaterra, estudar, raça humana, telefone, pombas, esquecer o que ia falar, socializar, amores platônicos, quando a bateria do ipod está no vermelho, unhas roídas, azul, baladas, internet discada, cerveja quente, poser, beatles, msn, peixe, ratos, calor, não ir em algum show, não ter 18 anos, mentir, matemática, feriados curtos, fins de semana cheios, cine, maconha, não ser rica, frango, fanfics que parecem ser boas mas são podres, quando o FFAD fica fora do ar, dormir muito e parecer que só dormiu uma hora, bipolaridade, crises de existência, me sentir sozinha, ciúmes de amigos, viver num mundo que não é a realidade, voltar para a realidade, ter tendências suícidas, maçã, superioridade, quem acha que entende mas não entende nada, ficar sem skins, o beijo do harry e da gina, fotos tremidas, carne...

Love or...

Música, frio, xadrez, internet, nikon, led zeppelin, shows, havaianas, bolinha de queijo, fotografia, beatriz, inglês, flickr, o apanhador no campo de centeio, esmalte, preto, my chemical romance, inglaterra, skins, tumblr, wayfarer, trainspotting, nuvens, the strokes, natureza, gatos, suco de morango, irvine welsh, amizade, isadora, fila de show, boybands, violino, o pacto, galhos, twitter, carol, cartas, pulseiras, galochas, londres, piano, caio fernando abreu, progress in color, ipod, dormir, nylon, nicholas jonas, flores, morangos mofados, verde limão, lua, cupcakes, cocorosie, true blood, polaroid, estrelas, amizade de internet, camila, paraná, férias, kaya scodelario, shorts, travesseiros, j.d. salinger, arco íris, batata frita, bianca, comunidades, adventureland, gary oldman, cinema, itunes, cobra starship, franja, chuva, john fante, balas fini, meia calça, kristen stewart, godric, mistério, fanfic, laranja mecânica, agrião, sapatilhas, augusta, give me novacaine, jack daniel's, beirut, padaria, bristol, metrô, cigarro apagado, ryan reynolds, she cares, daniel jones, fisheye, edredom, sabonete, débora, cook, the maine, photoshop, sábado à noite, starbucks, romance, harry potter, tequila, diários, o morro do ventos uivantes, céu, aleister crowley, kebabe, greek, panic! at the disco, garrett, anéis, nerds...

Fear


"But I’m still scared. Still scared at night, still scared in the morning. And even when I have it right as close as I will ever get it, even when I shut my eyes right then and there, I am still scared."

And after all...


That's the true, N.

Viva la Gloria?


Little girl, little girl,
why are you crying?
inside your restless soul your heart is dying.

21 guns.


When it's time to live and let die,

and you can't get another try,
something inside this heart has died,
you're in ruins.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Away, alone.



"And such is life," she often said.

with one day leading to the next,
you get a little closer to your death,
which was fine with her.
She never got upset
and with all the days she may have left,
she would never clean
another mess
or fold his shirts
or look her best.
She was free
to was
away
alone.

You.

Amor. Que sentimento mais tolo.
Além de cego, é simplismente retardado.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Where are you now?

Uma coisa que eu não suporto é alguém tentando te entender, e ainda pensar que está certo sobre tudo que se passa com você.
Me pergunto se alguém além da minha mente sabe o que se passa dentro de mim... Ou eu finjo, e estrou sendo verdadeira, ou estou sendo verdadeiro e finjo. Quando posso estar tão quebrada por dentro, pareço estar tão bem por fora. Quem lê isso, diria que eu sei esconder meus sentimentos, eu até sei, mas só posso escondê-los dos outros.
Queria escondê-los de mim... Não queria sentir o que eu sinto, não queria me sentir só e pensar que nada está bem, quando na verdade, tudo em volta está. Então, qual é o problema comigo?
Porque eu me sinto assim? Eu me forço a me sentir assim?
Há tantas questões na minha mente, que as vezes eu me perco. Me sinto perdida e não sei como voltar para a direção certa.
Eu queria ter alguém, alguém que eu pudesse compartilhar cada pedaço, detalhe e imagem que passa pela minha mente. Alguém que me apoiasse nas minhas decisões e me fizesse sorrir quando eu pensasse que tudo estaria perdido - de novo.
Eu não quero um amor, um romance, uma história de conto de fadas... Não me importo em ficar sem isso. Eu apenas quero um amigo, um companheiro, uma metade que me complete com palavras, gestos e que tire todos os pensamentos da minha cabeça.

You said you hate my suffering
And you understood
And you’d take care of me
You'd always be there
Well where are you now?

domingo, 19 de julho de 2009

Isto é apenas um relato.


22 de Maio de 2009:

O dia passou muito devagar.
Escola, estudos, notas. Quem precisa disso quando sabe que depois de algumas horas vai encontrar alguém tão especial?

E era isso mesmo.
De noite, meu rumo não era para casa e sim, para o aeroporto.
O dia foi longo, mas finalmente, chegou a hora. Estava em pé, bem na frente do portão de desembarque, esperando ela chegar.
As pessoas passavam, passavam e passavam e nada dela chegar.
Até que finalmente, eu a vi. E ela me viu, claro.
E aquilo foi muito surreal. Nós só nos falavamos por internet, as vezes uma ligação ou outra, e agora ela estava na minha frente! Eu não sabia o que dizer, pensar nem nada. Eu até me lembro dela falando ''É mesmo você? Você é real?'' Após do aeroporto, depois de um longo e confuso caminha para casa, nós chegamos aqui. Jantamos Gnhocchi às 2 da manhã e ficamos rindo na frente do computador até termos noção do horário...
E o dia seguinte ia ser cheio.


23 de Maio de 2009:

Acordamos super atrasadas (noite mal dormida, culpa nossa) e tivemos que sair voando para encontrar as outras meninas.
Chegamos na Paulista (uma hora atrasada) e encontramos todo mundo. Pegamos as malas, guardamos tudo e fomos para a Augusta, comprar óculos.
Era umas 15h da tarde e a Augusta já não tinha mais graça... Até que nos ligam, falando que a fila já estava ENORME.
Eu, entrei em pânico, e então, decidimos ir para lá direto, ao invés de ir só de noite (o que foi ótimo). Chegamos na fila, e ela não estava enorme, mas resolvemos ficar por lá.
O sol ainda estava forte, ficamos sentadas lá conversando, vendo nossos outros amigos, comprando cerveja (promessa feita), indo até o posto que tinha Starbucks e Subway, até que a noite chegou (nesse meio tempo eu descobri que tinha ganhado um concurso de fotografia!)
De noite, minha mãe trouxe cobertores para nós, pois a noite ia ser fria.
Com a bunda no concreto, cantando músicas alto e atrapalhando os outros, com o Caique falando sem parar, com os videos e fotos com óculos, com a ida no Habbib's às 3 da manhã, tentando caçar algum táxi de meia em pleno Estádio do Morumbi, com a invasão no Morumbi onde nós não podiamos entrar, com o palco sendo montado, com as tentativas de dormir...
Tudo isso só pelo dia seguinte.


24 de Maio de 2009:


Era o dia. Era hoje. Conseguido apenas 50 minutos de sono, eu posso dizer que estava mais acordada do que nunca. A ansiedade não me deixava sonolenta.
A fila aumentou, e nós estavamos na primeira parte dela (orgulho!)
Muito sol, muitas pombas, muita água.
Não podiamos sair de lá, estavamos presos dentro das grades. Minha mãe chegou e nós trouxe almoço (grande Lilian) e levou tudo embora! Às 14h da tarde, com toda aquela gente gritando e pulando, conseguimos entrar no Estádio. Saimos correndo e por fim, conseguimos um ótimo lugar (tudo tão perto). Foram mais algumas horas sem fazer nada, esperando.
A primeira banda entrou... Animação, mas a ansiedade continuava.

A segunda... O que foi bem mais emocionante.
E por fim... O pano branco caiu, revelando tudo que eu via nos meus sonhos, mas em realidade.
Eu não sabia o que pensar, fiquei alguns minutos em choque até perceber o que estava acontecendo.
Vou mentir se falar que eu não chorei.
Tudo se passou tão rápido, que apenas me lembro de tudo acabando. Minhas pernas doiam, meus braços, meu corpo inteiro. Eu não conseguia andar direito.
Encontramos as meninas e ficamos lá, caidas no chão, pensando sobre a pior/melhor noite da nossa vida.

Foi tudo lindo. É que eu posso dizer. Palavras não vão ser fortes para dizer o que eu senti.

25 de Maio de 2009:

Era o dia que ela ia embora.

Arrumamos as coisas e fomos para a Paulista, aproveitar São Paulo mais um pouco.
Sentamos num bar, comemos coxinha e era a hora de ir.
Chegamos no aeroporto, fizemos tudo que precisava.

Eu me senti realmente triste, e se ela tivesse me abraçado mais um pouco, eu ia chorar.

Ela foi embora, deixando uma saudade enorme no meio do meu peito.

Sights and Sounds of London Town (fanfic.)


Os raios de sol entravam pela única fresta que tinha da janela velha de madeira, meu olhos já estava ardendo, mas não tinha forças para me levantar, meu corpo estava duro e eu não conseguia me mover.
Minha cabeça doía, como se alguém estivesse matando neurônio por neurônio meu. Não podia mais beber daquele jeito, aquilo ainda ia me fazer mal algum dia.
Me virei de barriga para cima, tomando a inciativa de me levantar e pegar meu maço de cigarros que estava em cima da poltrona suja e com cheiro de pinga, mas nada funcionou. Parecia que meu corpo me mantinha com a cabeça afundada no travesseiro de penas daquela espelunca, e nada ia me fazer sair de lá.
Na segunda tentativa, acho que obtive um maior sucesso, retirei minha cara do travesseiro, deixando meus olhos expostos aos raios da luz solar, gemi.
Senti algo se mexendo ao meu lado, mas não tinha forças nem consciência para virar e ver o que tinha lá, provavelmente, Leah havia brigado com Joe e veio afogar suas mágoas dormindo na minha cama, como sempre fazia. O objeto não identificado ao meu lado soltou um bocejo enorme, e me dei conta de que aquilo não podia ser a Leah.
- Lily? - A voz de Nicholas soou como música para meus ouvidos, acho que não ouvia uma voz tão calma há muito tempo - O que eu estou fazendo aqui?
Não respondi. Nem sequer tinha forças para mexer meus lábios. Eu devia estar em coma alcóolico e não ter percebi, alguém devia ter injetado heroína em meu sangue e eu tive uma overdose, eu estava completamente acabada e sentia cada parte do meu corpo se deteriorando.
Nicholas tocou em meu ombro, com menção de ver se eu estava morta ou apenas fingia dormir, sua respiração estava calma, o que me deixava com mais sono e mais vontade de nunca sair daquele pedaço de colchão, que eu vinha chamando de cama.
- Está me ouvindo, Lily? - A voz dele se aproximou mais ainda, e suas mãos quentes saíram da minha pele fria, o que me fez gemer, gemer de dor.
Consegui finalmente me virar de barriga para cima e observar Nicholas semi-nu, apenas de cuecas se levantando da cama. Consegui, por alguma façanha, me apoiar pelos cotovelos na cama e observá-lo procurar entra as roupas espalhadas pelo chão, suas próprias vestimentas.
Estava um friozinho gostoso, daqueles que eu poderia passar o resto do dia na cama, apenas pensando em como pegar a porra daquele maço de cigarros que estava em cima da poltrona. Eu podia juntar todo lençol, e fazer como se fosse uma corda, arremeçá-lo em direção a poltrona e pescar o maço, mas isso requeriria muito esforço.
- Você não me respondeu - Nicholas se sentou na berada do colchão, já com a camiseta branca do T.Rex, que ele sempre usava. Ele olhou para mim como canto do olho, a cabeça baixa e um olhar triste que não me antingiram nem um pouco. Sentimentalismo nunca me comove.
- Sei lá, Nicholas - Foram as únicas palavras que minha boca conseguiu soltar. Sensíveis? Nem um pouco. Ele não precisava de consolo - Agora dá para você me dar um cigarro?
Ele não respondeu, continuou me encarando com o canto do olho. Tentei me levantar um pouco mais, mas percebi que eu não estava usando nenhuma peça de roupa, o que eu estranhei. Não era possível que tivesse acontecido algo entre eu e Nicholas.
- Caralho, me dá a porra do cigarro - Bufei. Ele se levantou calmamente, ainda com a cabeça baixa e foi em direção á poltrona. Pegou o maço de cigarros e o jogou ao meu lado da cama, ficando em pé e colocando as mãos no bolso.
Abri a caixinha e peguei um cigarro, ainda bem, algo decente de manhã. Estiquei meu braço com muito esforço e deslizei minha mão pelo chão, ao lado do colchão, em busca de um esqueiro.
Bingo! Estavam dentro do sapato de salto que usei ontem à noite. Afinal, o que tinha acontecido ontem de noite?
- Eu traí ela - Nicholas exclamou. Além de inútil, ele era um canalha.
- Nós transamos? - Perguntei, sem muito interesse. Acendi o cigarro e dei uma tragada forte, tentando jogar toda a preguiça e dor pela fumaça branca que sumia com a brisa gelada.
- Acho que sim. Não é todo dia que se acorda nu ao lado de uma garota nua - Nicholas riu irônicamente. Idiota. Não estava no ânimo para piadas bestas e sem fundo construtivo.
- E você amava ela? - Dei outra tragada e me rendi ao cansaço. Deitei de volta no colchão, olhando para o teto.
- Ela quem? - Nicholas perguntou meio confuso. Imbecil, você acabou de falar que traiu alguém.
E foi aí que a ficha caiu. Nicholas namorava Meg há mais ou menos três meses. Ela provavelmente já o traíu várias vezes, não sei porque ele estava abalado em traí-la. Acho que já o tinha feito também.
Não respondi, e acho que com isso ele entendeu o recado.
- Acho que não. Não temos nada em comum, não sei porque continuo com ela.
Bufei. Nicholas era patético. Realmente bonito, mas patético.
- Estou com fome, vamos comer Lils - Ele disse sorrindo, finalmente, para mim. E desde quando ele me tratava com tanto carinho e afeição?
- Não sei se consigo levantar - Ri. Não sei nem como tinha forças para rir. Aquilo doía tudo.
- Eu te ajudo - Nicholas veio em minha direção, e puxou meu braço cuidadosamente, mas eu não me mexi - Vamos, Lils, já deve ser tarde.
- Sai para lá, seu tarado, eu estou pelada - Arranquei uma risada gostosa de Nicholas, que soltou meu braço, pegou o cigarro da minha mão e deu uma pequena tragada.
- Não tem nada que eu já não tenha visto - Isso era verdade. Se bem, que noite passada deviamos estar bêbados e loucos demais para saber com quem iriamos fazer sexo.
Peguei o cigarro da boca dele, e me apoiei pelos cotovelos de novo. Ele deu um sorriso encantador e se levantou do colchão. Virei para o lado e a peça de roupa mais próxima era uma camisa social, devia ser dele.
Apanhei a camisa e a vesti, abotoando botão por botão. Senti o olhar de Nicholas acompanhar cada ação que eu fazia, mas não me importei.
- Toma - Uma calcinha preta pousou ao pé do colchão. A vesti e me levantei, aquilo parecia ser o fim do mundo, e tudo estava girando. Me senti tonta e com um enjôo fenomenal. Nicholas me ajudou a ficar de pé e me apoiou em seus fortes braços. Oh, como aquilo era confortável.

xxx
Descemos a Frith Street em busca de algum lugar para comer, o que talvez fosse algo díficil de achar naquela pequena rua localizada no centro de Soho.
O tempo não estava bonito, e logo logo a chuva ia cair. O céu cinza, cheio de nuvens tampava o sol, deixando toda rua com um aspecto triste, e a neblina tomando conta dos olhos dos bêbados que saiam do Ronnie Scott's, o único bar convidativo de toda Soho, na minha opinião.
Nicholas estava queito, não emitiu nenhum insignificante som o caminho inteiro. Já avistava a esquina da Old Compton mais a frente.
- Onde estamos indo, Lils? - Nicholas perguntou quando estávamos virando a esquina. Você não queria algo para comer? É para lá que estamos indo.
- Valerie - Respondi seca. Valerie era a melhor Patisserie de Old Compton, adorava ir para lá nos dias chuvosos e observar os pingos de chuva caindo enquanto me deliciava com um croissant e um café.
Nicholas apenas murmurou algo indecifrável, ainda devia estar triste por ter traído a namorada, mais uma vez. Eu realmente não entendo homens.
Entramos dentro da Valerie. O cheiro de pães frescos invadiu minhas narinas. Aquilo era entorpecente. A pequena Patisserie com aspecto francês não vazia muito sucesso. Posso dizer que haviam apenas umas três pessoas lá dentro, além de mim e de Nicholas.
- Dois cafés e dois croissants, por favor - Nicholas apoiou as mãos em meus ombros e pediu à moça que estava atrás do balcão. Confesso que Nicholas me conhecia bem, ele sempre sabia exatamente o que eu queria.
- Claro, só um momento - A moça do balcão desapareceu por trás das pilhas de pães diferenciados.
Eu sentia a respiração de Nicholas em meus cabelos, como se ele estivesse inalando o cheiro para nunca esquecer. O que não sei se era algo bom, pois eu não lavo meu cabelo à dois dias, pelas minhas contas.
- Estou fedendo? - Perguntei. Ainda encarando a montanha de pães que estava à minha frente, e que apenas um vidro me separava delas.
- Claro que não, Lils - Nicholas riu - Você está cheirosa.
Oh, ele devia estar se sentindo realmente culpado pela namorada, nunca o vi tão cuidadoso assim.
- Aqui está - A moça do balcão voltou, com os croissants e os cafés. Peguei da mão dela, apenas soltando um sorriso amarelo e fui em direção a uma mesa, perto da janela. Nicholas pagou a mulher e veio atrás de mim.
Comemos em silêncio. Nenhuma palavra dita, na verdade, estava pensando muito para poder falar. Tentando lembrar sobre o que aconteceu na noite passada.
Nicholas não tirou os olhos da janela, devia estar pensando o mesmo. Ou se culpando pela Meg.
- Acho que vou romper com ela - Nicholas quebrou o silêncio e olhou para mim. Fiquei o encarando por cerca de alguns segundos, antes de conseguir responder algo - Não estamos dando certo.
- Então você não ama ela? - Nunca fui boa com conselhos, e acho que não era agora que isso ia mudar na minha personalidade.
- Não - Nicholas deu uma abocanhada enorme no croissant - Acho que estou apaixonado por outra pessoa.
- E eu vou saber quem é? - Nicholas sempre foi um mistério para mim. Nós erámos como melhores amigos na infância, faziamos tudo juntos. Me lembro dele me contando seu primeiro beijo. Me lembro também quando ele me contou da primeira vez que tinha feito sexo com Sarah, a menina mais desejada do colégio. Ele sempre contava tudo muito envergonhado, talvez porque estivesse contando sua vida para uma garota, ou porque estivesse contando para mim, alguém que ele conhecia desde quando se entendia por gente.
Quando atingimos a maioridade, nós nos separamos, cada um foi viver sua vida. Nicholas nunca mais me tratou como a amiga querida que ele sempre fazia de tudo para deixar feliz. E eu, eu tinha mudado demais.
- Talvez um dia - Ele deu um sorrisinho sem graça.
Memórias da noite passada invadiram minha cabeça. Me lembrei que estava no Dog and Duck com Leah, passando o sábado como sempre passávamos, afundando nossas mágoas na bebida.

"- Lily, não olha agora, mas você não tem idéia de quem está entrando por aquela porta - Leah disse. Já um pouco alta pela bebida.
Tudo que Leah me mandava fazer, eu fazia o contrário. Virei a cabeça um pouco para trás, e o vi perto da porta, ele estava lindo e acho que eu não o via há muito tempo.
Nicholas Jonas. Meu amigo mais antigo. Acho que devia fazer quase um ano que eu não o via.
Ele adentrou um pouco mais o bar, com Joe, namorado de Leah à sua frente, o guiando para a direção em que estávamos.
- o que ele está fazendo aqui? - Perguntei um tanto assustada para Leah.
- Calma Lily, eu não sei.
Nicholas podia ser meu amigo mais antigo, e eu podia não ver ele há meses, mas ele me irritava. Me irritava porque ele nunca mais me tratou como me tratava antes, me irritava porque o fato de andarmos com pessoas diferentes afetou minha relação com ele, me irritava ele não se preocupar mais comigo antes de ir embora para Leeds.
- Boa noite, madames - Joe disse, me dando um beijo na bochecha e um selinho na namorada - E acho que vocês já conhecem meu companheiro.
Nicholas surgiu ao lado de Joe, com um sorriso incrivelmente lindo.
- Leah, quanto tempo! - Nicholas abraçou Leah, que apenas riu, ela nunca foi forte com as bebidas.
- Nick, você mudou muito!
Nicholas riu sem graça. Ele se virou para mim, e tentei desfarçar o desconforto bebendo um pouco do whisky misturado com gelo derretido.
- Lily, uau, você está... Linda - O sorriso dele me deixava sem graça. E eu não estava afim de ver Nicholas, não naquele momento. Não respondi, deixando um silêncio constrangedor na mesa.
- Joe, vamos pegar mais bebidas, er... No bar - Leah puxou Joe na direção do bar, deixando Nicholas e eu, sozinhos.
O olhar dele me encarando estava me deixando realmente muito envergonhada. Terminei de beber o whisky e finalmente o encarei, dando o sorriso mais sem graça que meus lábios foram capazes de fazer.
- Vai me ignorar? - Nicholas perguntou. Vou, vou sim. Afinal, o que você está fazendo aqui mesmo? Porque não ficou em Leeds com a Meg, a namorada querida e amada. Urgh, Nicholas me enjoava.
- Não.
- Vamos, Lily, fale comigo. Não nos vemos há quase um ano.
- Que bom que você lembra - Ri irônicamente. A mão de Nicholas pousou sobre a mesa e foi ao encontro da minha, tentei ser rápida o bastante para retirá-la de lá, mas aparentemente, ele foi mais rápido.
- Você acha que eu esqueci de você? - Ele disse, apertando forte seus dedos contra os meus, e fazendo seu polegar deslizar sobre minha pele fria.
- Não tenho a minima idéia.
Eu era cínica, estava bêbada e com raiva. Não me culpe por nenhuma ação que eu estava fazendo.
- Se eu tivesse esquecido de você, não estaria aqui, certo? - Então ele estava lá, sentado no mesmo pub que eu e inha amiga vinhamos todos os sábados, só para me ver? Inacreditável, me desculpe.
- E a Meg? - Nicholas realmente não podia ter abandonado a namorada em Leeds para vir me ver. Acho que sua mente não permetia isso.
- Está em Leeds, não estamos muito bem - O polegar dele parou, por questões de segundos, de fazer carinho na minha pele. Aquilo, tenho que dizer, era uma sensação boa.
- Veio aqui porque quer consolo?
- Não seja cínica, Lily. Eu senti saudades - Ele me olhou inconformado. É, talvez eu estivesse sendo um pouco egoísta, mas isso não muda muito.
- Certo. Acho que preciso de mais whisky - Falei. Nicholas riu e balançou a mão chamando o garçom."

Sorri com a memória lembrada.
Nicholas pegou um cigarro do bolso e ofereceu para mim. Eu tinha cara de que precisava fumar toda hora, por alguma acaso?
Peguei o cigarro de suas mãos e joguei dentro dos restos de café que haviam na xícara.
- Venha, vamos - Me levantei e peguei na mão dele, que me olhou surpreso.

xxx

Andamos até a estação de Picadilly Circus, não sabia ao certo onde estava indo, mas precisava esvaziar minha mente e me lembrar do que aconteceu na noite anterior. Não suporto o fato de esquecer das coisas, ainda mais por culpa da bebida.
Nicholas continuava calado e só me olhava pelo canto do olho, provavelmente tentando entender onde eu estaria nos levando.
Havia esquecido de pegar meu guarda-chuva, e Nicholas era inútil, então não teria nada para nos proteger da chuva, que por sinal, era uma chuva fraca, mas mesmo assim me incomodava, com aqueles resquícios de água que pousavam no meu cabelo.
Descemos as escadas levemente molhadas e sujas da estação, tenho que dizer que Picadilly não era o metrô mais limpo da região de Londres, provavelmente gastavam tudo em luzes neon e se esqueciam que tinha uma passagem subterrânea que precisava estar limpa para ser bem habitada.
- Para onde está me levando, Lils? – Nicholas perguntou, enquanto eu abria um sorriso amigável para Rupert, o vendedor de jornais que estava todos os dias (menos as terças-feiras) parado no mesmo lugar e tentando ganhar algum dinheiro, coisa que ele nunca conseguia. Posso dizer que sou uma frequentadora árdua do Picadilly.
- Tanto faz.
Parei em frente ao mapa do metro para ver se alguma idéia surgia na minha mente, o que eu esperava que acontecesse logo, já que eu já conseguia ouvir o barulho estridente da máquina chegando pelos trilhos.
Nicholas continuava me olhando, parecia que não se cansava. Puxei-o pela mão e entramos no trem, que estava realmente vazio, o que era ótimo, simplismente não suporto pegar metro com velhos me encarando ou crianças tentando ganhar dinheiro vendendo doces.
Percebi que haviamos pegado um metro que estava indo para Harrow, e olhei rapidamente para a linha marrom no mapa que estava exposto na parede amarelada. Regent’s Park, foi a única idéia que surgiu na minha mente.
- Pode me dizer para onde vamos agora? – Nicholas perguntou um pouco irritado. Ele odiava ficar sem saber para onde estava indo ou o que estava acontecendo, não posso culpá-lo, eu era exatamente do mesmo jeito.
-Regent’s Park – Continuei fria e seca com ele. E iria continuar assim até me lembrar o que havia acontecido na noite passada.
- Como nos velhos tempos – Ele inclinou os lábios um pouco para a esquerda, e me deu um sorriso um pouco torto. Eu sentia raiva de observar os olhos castanhos e os lábios perfeitamente finos dele, o nariz exatamente no lugar certo e as bochechas um tanto rosadas pelo frio. Eu tinha raiva de ter tudo aquilo na minha frente e saber que nada era meu. Porque Nicholas tinha voltado para me atormentar mesmo?

“ – Claro que não, Lily, você sabe que eu não me importo só com essas coisas – Nicholas soltou uma gargalhada incrivelmente alta, já que eu não conseguia nem ouvir o que ele falava com aquela música entrando e saindo como balas pelo meu ouvido.
- Ah, não? Com o que mais você se importa? – Comecei a rir exageradamente. Acho que eu já tinha bebido mais do que devia, eu deveria parar, mas meu corpo, nessa altura, implorava por mais. E um pouco de bebida em um sábado à noite não faz mal a ninguém.
- Com você.
Nicholas deu aquele maldito sorriso que fazia qualquer garota cair aos pés dele, e eu não sou uma excessão .
Olhei para ele, tentanto entender se eu havia imaginado aquilo ou se ele realmente havia falado. Aquilo era rídiculo, Nicholas nem ao menos se deu o trabalho de me ligar por um ano, eu sempre soube tudo que acontecia na sua vida por Joe e agora ele simplismente voltava e falava que se preocupava comigo.
- Joe me disse que você conseguiu aquele estágio de fotografia – Ele tentou mudar de assunto, vendo que havia uma ponta de ódio no meu olhar.
- Ah, é verdade... Joe te contou?
- Eu perguntei – Ele falou, me deixando mais confusa do que já estava.
Então no fundo ele ainda se importava comigo, ou devia ter algum remorso de deixar sua pobre e antiga amiga em Londres para fugir com a namorada.
A bebida ainda tomava conta do meu sangue, e eu só tinha uma pequena noção de tudo que estava fazendo e do que estava acontecendo naquele momento.
Senti os dedos de Nicholas retirarem uma mecha de cabelo que estava caída sobre meus olhos, e só então percebi nossa proximidade. Eu sentia o hálito quente dele aquecendo meus lábios, seu nariz roçando ao meu e seus olhos tomando todo meu campo de visão. Não sei ao certo se eu estava entorpecida pela bebida ou pelo seu cheiro aconchegante.
Nicholas grudou seu lábio no meu, e eu cedi, deixando ele tomar conta de todos os meus sentidos. Eu não devia sentir aquela sensação faz muito tempo, ou a bebida estava deixando tudo melhor do que poderia ser. Juntei nossos corpos, tentando não deixar nenhum espaço entre nós.
A música não importava mais, o cheiro da bebida também não, tudo que importava era que eu estava me sentindo viva, e talvez sentindo que Nicholas havia sugado todo o álcool no meu corpo, me deixando um pouco sóbria.
Separei nossos lábios e olhei para ele um tanto confusa, mas com um sorriso irritante que se abriu no meu rosto e eu não era capaz de fechá-lo.
- O que foi isso? – Observei ele morder o lábio inferior e olhar para a minha boca, que devia estar um tanto vermelha, igual à dele.
- Algo que devia ter feito há muito tempo.
Ele juntou nossos lábios novamente, me fazendo esquecer o significado da palavra sóbria.”

Nicholas andava mais à frente, assustando os esquilos que corriam pela grama. Eu estava um pouco mais atrás, finalmente pensando sobre a noite passada.
Então era isso? Ele ia terminar com a Meg? Ele havia voltado para Londres? Ele se preocupava comigo?
Nicholas era mais confuso que eu, mas agora eu podia dizer que meu cérebro estava uma confusão só.
- O que você quis dizer com “algo que deveria ter feito há muito tempo?!” – Puxei ele pelo braço e ele se virou para me encarar.
- Não entendi – Ele entrortou novamente os lábios e elevou a sombranchelha esquerda.
- Ontem, quando você me beijou, você disse que deveria ter feito aquilo há muito tempo.
Ele elevou novamente a sombrancelha e ficou me olhando, não conseguia entender o que seu olhar queria dizer, estava vazio, mas mesmo assim ele não parava de me olhar. Apertei meu casaco contra o corpo tentando me esquentar da brisa fria que havia acabado de passar, minha cabeça ainda doía e o olhar de Nicholas não estava ajudando nada na cura dela.
Bufei. Percebendo que nada ia sair da boca dele. Esse era o problema dele, tudo gira em volta dele, e não dos outros. Quando eu quero uma resposta, ele não me dá e não se importa, quando ele quer uma resposta e ninguém dá, ele fica puto. E eu estava puta.
Rolei os olhos e saí andando pelo parque, não entendo como há tantos esquilos habitanto aquele lugar. O vento começou a ficar mais forte, me deixando ainda mais puta.
- Eu falei a verdade – Ouvi ele gritar.
Parei, estática, sem mexer nenhum músuculo. O parque estava vazio, o que era um pouco estranho, seus passos se aproximavam e senti seu corpo chocar com as minhas costas.
-Porque?
Nicholas segurou meu cabelo e o retirou do caminho em direção ao meu pescoço, fiquei arrepiada com seu hálito fresco que tocou calmamente minha pele. Aquele era meu ponto fraco.
- Porque eu te amo.
Me virei para ele, tentando processar as coisas e beijando-o com toda a força que ainda me restava, ele segurou na minha cintura enquanto eu puxava levemente seus cachos macios. Um frio insuportável tomou conta de todo o ambiente e Nick riu, quando eu me contrai por causa da brisa gelada do inverno britânico.
- Na sua ou na minha casa? – Ele falou acendendo um cigarro, colocando na minha boca e me abraçando pela cintura calmamente.
Traguei o objeto que estava entre meus dedos e apoiei meu rosto em seu ombro.
- Na minha, ainda tem roupas suas por lá.

FIM

That thing you do


: Conhecer gente nova.
: Terminar de ler todos os livros que eu parei na metade.

: Tentar ir bem na escola.

: Sou careta, não fumo nem bebo.

: Tentar dar um jeito no meu cabelo.

: Comprar calças.

London's mine.


Londres. Quantos segundos, minutos, horas eu passo pensando que esse é meu lugar? É onde eu deveria estar, é onde eu queria estar. Londres? London's mine.

sábado, 16 de maio de 2009

Sete dias.


Não me lembro ao certo quando comecei essa contagem. Nem ao menos quando meu estômago começou a revirar de pensar que estaria tão perto... Parecia tão distante. Não quero nem pensar na minha reação, ao estar lá, há apenas metros de vocês, vendo tudo que tinha em mente ao vivo... É completamente surreal. Não são muitos que entendem o que eu sinto, não mesmo. Mas fico feliz de ter com quem compartilhar, compartilhar esse amor, esse ódio e todo esse sentimento que domina o ser de qualquer fã que existe no mundo. Foi tanto tempo de espera, tão tempo sonhando e pensando no impossível, e finalmente, faltam sete dias. Sete dias... Não é nada comparado ao resto. Em sete dias, em uma porra de uma semana, uma das piores e melhores sensações do mundo vai passar - nada batido - em algumas horas. E mesmo que sejam algumas horas, provavelmente, vão ser a melhores horas de toda a minha vida.

Você.


Cá estou em novamente, sofrendo por te amar tanto. Sofrendo por saber que tudo isso é tão platônico, e que eu não posso mudar nada. O fato de saber que daqui sete dias - apenas sete dias - eu vou poder ter você mais perto, conseguir olhar para você, ver seu sorriso, ouvir sua voz ao vivo... Isso me conforta tanto. Mas as vezes, eu simplismente não queria, não queria ver você e sentir tudo que sinto em sonhos ao vivo. Eu não quero te ver e saber que você vai desaparecer de novo, como sempre acontece. Eu não quero acordar dessa realidade que vai acontecer, não quero lembrar que só vou ter umas boas duas horas para olhar para você e guardar sua imagem na minha mente. Não quero sofrer mais, sabendo que você nunca vai estar aqui comigo, para te confortar, te abraçar, sentir seu cheiro. Não quero que você me deixe, quanto ao mesmo tempo, não quero que você venha até mim. É algo tão sem sentido, tão completo e ao mesmo tempo, incompleto... Pois sei, que por mais que minha mente lute, por mais que eu crie você nos meus sonhos, você nunca vai estar aqui de verdade. E a única coisa que posso fazer é me conformar e agradecer por esses bons minutos que vou te ter tão perto. "I'm trying, I'm trying, to let you know just how much you mean to me".

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tanto tempo


Faz tanto tempo que eu não venho escrever, não venho expressar um sentimento, não venho colocar minhas idéias em poucas palavras, que no final, nunca vão ter sentido mesmo.
Faz tanto tempo que eu não vejo as pessoas de sempre como sempre, faz tanto tempo que nem as músicas são as mesmas, faz tanto tempo que eu não tenho alguém para conversar.
Estava olhando umas fotos antigas hoje, e me lembrei de como era bom, ter tudo aquilo, toda aquela gente, mas parece que tudo muda, e quem somos nós parar querer tudo de volta?
Talvez eu até esteja me adiantando, talvez o melhor ainda está por vir, mas não tenho tanta certeza, tanto que me traz uma certa nostalgia.
Down Memory Lane, we're here again, back to the days and I'll remember you always...
So much has changed but it feels like yesterday I went away

domingo, 15 de março de 2009

Desabafo III

Já como dizia Shakespeare, "a paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe."
Essa paixão que eu sinto, que domina cada pedaço do meu corpo, me deixa sem fala e faz minha mente só ter um assunto... É a pior dor que já senti. Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.
Eu sinto essa dor tão forte, essa dor de saber que você nunca vai estar aqui para mim, como eu estarei para você.
De poder te olhar, analisar cada pedaço do seu rosto e saber que eu nunca vou tê-lo para mim, ou sequer tocá-lo.
Ouvir sua risada, ver seu sorriso e saber que eu vou ter que adimirar tudo sozinha, pois você não está do meu lado para compartilhar essa felicidade comigo.
Eu não suporto o fato de saber que você está tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. De eu saber tudo sobre você, e você não sabe nem meu primeiro nome.
O fato de eu não ser nada para você, só torna tudo mais dolorido.
Eu não sou nada para você, mas você é tudo para mim. É você quem me dá forças, é você que me faz sonhar com o impossível, é você que me tira da realidade e me deixa com alguma ponta de esperança perdida no peito.
Eu não posso nem contar quantos dias, semanas, meses perdi pensando em você, não posso nem ter idéia de quanto é o meu amor por você, porque ele vai além do infinito, ele não tem quantidade nem medidas. É um amor pobre aquele que se pode medir.
Eu cansei de escrever textos, cansei de expressar o que sinto, cansei de gastar minha imaginação com você e não receber nada em troca. Mas mesmo cansada, eu sei que nada disso vai mudar.
E mesmo que você altere meus sentidos, altere meus sentimentos, altere meu dia-a-dia, é muito melhor viver sem felicidade do que sem amor.

terça-feira, 10 de março de 2009

OTP


Tenho certeza que você, que está lendo este pedaço de desabafo, curto e simples, nunca sentiu o mesmo que eu estou sentindo agora. Pode até já ter sentido, claro. Nada é impossível. Certo. Já se viciou em algo? Sim. Muito bem, sabe como é a dor platônica. Mas já se viciou em duas coisas? Ao mesmo tempo? Sim. Ótimo, dor em dobro. E se esses dois seres, forem um casal. Um casal gay, particularmente. Isso mesmo. Estou viciada em um casal gay. Já viu algo mais excêntrico? Eu não. Obrigada pela atenção.

O Rio de Janeiro continua lindo!



Mas hoje me deu uma dor no peito, uma dor inexplicávelmente forte e com um único propósito. A saudade. Saudade de te ter por perto desde sempre, de ter me acostumado com a sua figura e a sua presença. Saudade de ouvir suas historias malucas, seus dias de tédio. Saudade de te ver crescer, e saber cada ponto de sua história. Saudade de ter a nostalgia, de ter a própria saudade. Saudade dos dias de colégio, das aulas perdidas e das conversas jogadas fora. Saudade da Av. Paulista no inverno, verão, outono e primavera. Saudade de sua voz clássica, seu jeito único e indiscutível. Saudade de saber as novidades, as idéias milaborantes. Saudade de suas lágrimas, do seu abraço e do seu carinho. Saudade de tudo. Saudade de você. Me dê um sinal de vida, Luísa Nico. Te amo.

As nuvens, como já dizia Baudelaire...


''...O vento espalhava rapidamente as nuvens pelo céu. Dissolviam-se em fiapos primeiro brancos, depois rosa, depois vermelho cada vez mais púrpura, até o violeta, enquanto o Sol ia-se transformando aos poucos numa esfera rubra suspensa. De repente observei: certa nuvem não se mexia. Apenas uma. Parada, branca, enorme, eu olhei desconfiado. E tinha uma forma inconfundível, qualquer criança veria. Desviei os olhos, falei sem parar, as outras nuvens continuavam a esfiapar-se. Aquela, não. Então, com muito cuidado eu disse: “Déa olha lá aquela nuvem.” Ela olhou. E disse: “Meu Deus, é um anjo.” Sem gritaria, ficamos olhando a nuvem-anjo. Ninguém mais olhava para ela embora, apesar de discreta, fosse um escândalo. Quanto às outras nuvens, continuavam a se esgaçar, virando sem parar elefantes, camelos, colinas, nuas mulheres barrocas, como é próprio da natureza das nuvens. Mas aquela, aquela uma não se transformava em nada diferente dela mesma, apenas aperfeiçoava a própria forma. Quer dizer: ficava cadavez mais anjo. Mais tarde, ao chegar em casa,tentei desenhá-la. Olho o desenho agora: a perna direita levemente dobrada, como num plie de dança clássica, a esquerda alongada para trás, num per. feito relevé o corpo se curvando suave para a frente, com o braço esquerdo erguido para o alto e o direito estendido em direção ao Sol. A palma aberta da mão direita se voltava para baixo, como se abençoasse o Sol que partia para o Oriente. Além de anjo, bailarino. E tinha asas, imensas, duplas, quádruplas, múltiplas, espalhadas em várias cores atrás dos cabelos longos. Estava lá parada no céu, a nuvem-anjo, abençoando o sol, o rio, o céu sobre nossas cabeças, a cidade longe. Quase não falamos. Ficamos até supernaturais, espiamos outras coisas, remexemos nas formigas, namoramos à toa em volta. Vezenquando um espichava o canto do olho para avisar ao outro: “Continua lá”. E assim foi, até que o Sol sumiu, o azul- marinho veio vindo das bandas dos Moinhos de Vento, apareceu a conjunção Vênus-Júpiter em Escorpião. A nuvem? Continuava lá, imóvel. E sozinha. O vento era tanto que todas as outras tinham desaparecido, sopradas para Tramandaí, Buenos Aires, Montevidéu. Só restava ela, a nuvem-anjo, abençoando os últimos raios dourados. Começou a esfiapar-se também apenas quando levantamos para ir embora. Ao chegarmos ao carro, não havia mais nada além de estrelas no céu imenso da Lua quase cheia em Aquário. Pensei: “Glória a Deus sobre todas as coisas”. Foi o único pensamento que me veio. Nem era direito pensamento, parecia mais uma oração.'' Admiração, Caio... Admiração.

I'd like to call, movie?


''Outro dia me perguntaram qual era o filme da minha vida. Sem pensar muito, hesitando entre Vagas estrelas da Ursa, de Visconti, e Passagem na neblina, de Theo Angelopoulos, respondi: A História de Adèle H., de François Truffaut. Mais tarde, pensando melhor, decidi: o filme da minha vida na verdade é La strada, de Fellini. Nada me comoveu tanto no cinema quanto aquela Gelsomina de Giulietta Masina, misto de clown e pivete, louca e duende.'' ''Se tal pergunta fosse feita, ao ser que vos fala (ou digita), a pergunta seria respondida de maior sinceridade. E sem pensar muito, o filme da minha vida seria apenas Fantasia, Walt Disney. Peculiar, talvez sim. Apenas colocar tal música que decida o que as imagens façam por ela, dando vida a qualquer cor, símbolo e palavra...'' Me desculpe. Mas parece que meu bloqueio acabou de me dar um aviso, dizendo que está voltando. Se tudo der certo, termino este resto de texto algum dia. Pedaços de idéias sempre são bons. E Caio F. Abreu... Porque raios você tinha que morrer?

Make a little love in... São Paulo.



São exatamente 79 dias. 79 dias de espera. 79 dias de empolgação. 79 dias de agonia, sabendo o quanto vão demorar para passar. Só posso dizer o quanto estou feliz. O quanto sinto que minha lâmina interior vai cortar cada orgão meu apenas em uma facada. O quanto sinto que meu peito vai explodir, jogando faíscas de alegria para quem passar por mim. Aprendi que não devo ter essa ansiedade, sei que isso me faz mal... mas é incontrolável. Saber que vou rever, passar tudo de novo, ter talvez a mesma decepção da outra vez, só me deixa com esse desejo mais louco ainda preso no peito, expandindo espaço há cada segundo e tentando gorfar meu próprio coração. Foi apenas uma semana. A semana com que mais sonhei. A semana com que acordei, vendo que tudo aquilo não era um sonho, e que vocês estavam aqui, há menos de metros de mim, e não doze horas de avião. Obrigada por tornar minha vida mais emocionante. Nove de Outubro de 2008 - Vinte de Oito de Maio de 2009.

Sobre calor, capitalismo e amor.


O quanto dizer que um lugar te frustra, pode ser uma coisa. Mas nunca posso esquecer, o quanto este lugar me agrada também. O calor escaldante em plena chegada do inverno, fazendo a água cair de minha testa e evaporar. A rua cheia de pessoas indesejáveis, e ao mesmo tempo desejáveis, sei que tudo seria diferente sem elas. O transporte público mal cuidado, as calçadas destruidas e os muros caídos. As ruas particulares e pitorescas, onde ano sem rumo para pensar, e ter a perspectiva de vida que levo na mesma. As avenidas grandes, com luzes espalhadas cegando os olhos de quem passa. Se tem egoísmo, mau humor. Se é tudo inacabado, sem um propósito. Não me importo. Posso muito dizer que o país é uma merda, mas nunca posso negar, o grande afeto que tenho por você. Pela cidade que me criou, me ajudou a superar cada segundo de minha vida, que me mostrou as belezas e os podres de tudo que há aí afora. São Paulo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Bloqueio Criativo

Simplismente não consigo mais achar palavras para falar como estou, descrever uma sensação ou qualquer derivado do tipo.
As vezes, me sinto até inútil por isso, porque não via outros jeitos de me expressar, mas parece que tudo foi por água abaixo.
Palavras simplismente sumiram da minha mente.
Talvez seja o estresse, ou talvez seja minha própria irritação.
Quando este bloqueio acabar, eu posso tentar me abrir novamente.